Liedson vai defrontar o Benfica pela quarta vez no Estádio de Alvalade depois de uma derrota amarga na estreia (0-1), que afastou os leões da qualificação directa para a Champions, e de duas vitórias nas últimas temporadas, ambas por 2-1, em que o levezinho deixou bem vincada a sua marca pessoal. Três jogos que o avançado recorda no livro autobiográfico, «A minha história», recentemente publicado pela Prime Books.
O Sporting chegou a ter uma vantagem de oito pontos para o Benfica, mas perdeu-a em três jornadas na ponta final. Depois das derrotas no Bessa (1-2) e em Leiria (0-1), os leões acabaram por ser ultrapassados pelos encarnados na corrida para o segundo lugar da Champions em pleno Alvalade com um golo solitário de Geovanni. Liedson reserva poucas linhas para o seu primeiro «derby».
«No dérbi da penúltima ronda, começámos melhor e atacámos muito mais, só que o Geovanni marcou um grande golo, com sorte à mistura, e a vice-liderança perdeu-se», conta o avançado no seu livro.
O jogo estava marcado para o início do ano e proporcionou uma longa «novela» em redor do levezinho. Tudo começou em Guimarães, na última jornada antes das férias. Os leões venceram por 4-2, mas no final da partida Liedson viu um cartão amarelo por levar a mão à bola. Um cartão que, por ser o quinto, o afastava do jogo com o Benfica. Houve quem acusasse o avançado de ter feito de propósito para ter férias alargadas. A verdade é que o Sporting conseguiu antecipar o jogo da Taça com o Pampilhosa e, dessa forma, limpar o «cadastro» do levezinho para o «derby». Liedson soube desta notícia já no Brasil. «Óptimo, eu adoro clássicos», comenta no livro.
Liedson era esperado depois do Natal, mas acabou por chegar a três dias antes do jogo. «Por volta de Novembro, passei por uma fase muito difícil. Foi descoberto um quisto no útero da Rose (a sua mulher), grávida já de sete para oito meses», começa por explicar no seu livro. O avançado parte então para a Bahia à procura de uma clínica numa «correria» e «desespero», deixando passar os dias sem atender os telefonemas de Carlos Freitas e de Eurico Gomes.
O atraso valeu-lhe um corte de cinco por cento do ordenado, mas a divida do avançado era maior. «No final do jogo, eu era um homem sobretudo aliviado. Se não ganhássemos, toda a gente me iria apontar o dedo. Jogava parte do meu prestígio no Sporting nessa noite», conta.
Liedson marcou os dois golos da vitória leonina, primeiro com uma cabeçada nas costas de Ricardo Rocha; depois com um desvio na área. «No final dessa partida, o Ricardo disse que não fui eu que ganhei o jogo sozinho, que foi a equipa toda que o ganhou. A única coisa que posso dizer é que ele tinha toda a razão», contou.
Um ano depois, o mesmo resultado com mais um golo do levezinho a decidir. «Num cruzamento perfeito do Tello, a bola sobrevoou Luisão e veio ter à minha cabeça. Em vez de cabecear por onde costumo, isto é, para o lado de onde vem a bola, para apanhar o guarda-redes em contra-pé, bati para trás. O Moreira não se mexeu», conta Liedson no seu livro.
No total, Liedson conta com seis golos em seis jogos com o Benfica, entre os quais destaca a vitória de há um ano na Luz (3-1) como o «melhor jogo» da sua vida.
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